terça-feira, 17 de setembro de 2013

Visita ao Povo Suruí - Rondolândia - MT.

A viagem aconteceu aos dias 19 de julho de 2013.
Nesta viagem estavam Félix Adugoenau, mais o motorista Luís Felipe que conduziu o veículo Amarok liberado para esta viagem, já que é uma viagem longa, conforme o assessor pedagógico de Rondolândia, são 1.100 quilômetros  Cuiabá/Rondolândia - MT e com estradas de cascalho, areia e muito barro.
Como o Povo Suruí tinha solicitado a presença do Coordenador da Coordenadoria de Educação Escolar Indígena - CEI/SEDUC-MT, ficou de primeiramente fazer uma reunião com este povo.
A aldeia Apoena Meirelles dista da cidade de Rondolândia, aproximadamente 7 km.

Fig. 01. Roça de banana na chegada da aldeia do Povo Suruí

Fig.: 02 Escola Apoena Meirelles. 
A escola do Povo Suruí está organizada, limpa e bem cuidada com a esposa do José Suruí, na condição de diretora. Segundo ela, surgiram vários trabalhos para o diretor que poderia-se ter mais um servidor para cuidar da situação financeira e o diretor focar no pedagógico. Rondolândia é um município onde há muitas rochas. Há rochas gigantescas, maiores que uma carreta de carga pesada.

Fig.: 03. Quintal da EEI Apoena Meirelles. 

Fig.: 04. Estrada no fundo da EEI Apoena Meirelles para o riacho. 

Fig.: 05 Da esquerda para a direita: Liderança, Itabira (chefe Suruí) e Félix Adugoenau (coodenador CEI/SEDUC-MT). 

Fig.: 06. Na casa do Tomé Suruí. 

Fig.: 07. Félix Adugoenau (coordenador CEI/SEDUC-MT na secretaria da EEI Apoena Meirelles). 

Fig.: 08. Secretaria EEI Apoena Meirelles.

Fig.: 09. Escovódromo das crianças Suruí.

Fig.: 10. Cozinha da EEI Apoena Meirelles. 

Fig.: 11. Pequeníssima biblioteca da EEI Apoena Meirelles.

Fig.: 12. Sala de aula da Educação Infantil, ofertado pelo município de Rondolândia - MT.

Fig.: 13. Igreja na aldeia do Povo Suruí.
Uma das preocupações do chefe Itabira é de se fazer as práticas culturais do Povo Suruí e que não estão tendo um tratamento especial quanto a isso. O mesmo pediu ao coordenador que o ajudasse a fazer com tivesse o saber e o fazer Suruí na escola no seio do povo.
Mas segundo o que foi falado nesta aldeia, as pessoas com outra religião estão de certa forma proibindo as danças e as práticas culturais do Povo Suruí, dizendo que não pode. Então há uma série de proibições.

Fig.: 14. Reunião com o Povo Suruí.
Uma das demandas do Povo Suruí é a retomada da construção do prédio escolar que já teve no processo de construção Termo de Ajustamento de Conduta - TAC para que a obra tivesse andamento. No entanto, a mesma permanece inacabada. Em outra ocasião em Félix Adugoenau e o técnico Sebastião Ferreira de Souza que trabalha na Coordenadoria de Educação Escolar Indígena - CEI/SEDUC-MT, a mesma já estava paralisada e tomada de matos por todos os lados.
O atual prédio da EEI Apoena Meirelles já não comporta o número de Educandos escolares do Povo Suruí, daí a urgência da retomada da construção do prédio inacabado.
Na ocasião o Tomé entregou ao coordenador, documento assinado solicitando retomada dos trabalhos no prédio inacabado. O documento foi encaminhado por Félix Adugoenau, protocolado na SEDUC-MT, diretamente para a Superintendência da Infraestrutura. Ficou dos técnicos fazerem um novo levantamento diagnostico da situação do prédio escolar inacabado.

Fig.: 15. Reunião como o Povo Suruí.

Fig.: 16. Aldeia do Povo Suruí.
A aldeia do Povo Suruí, devido o contato com madeireiras, as casas são na maioria feitas de tábuas cerradas com cobertura de telha de cerâmica e eternit.

Fig.: 17. Aldeia do Povo Suruí.

Fig.: 18. Casa na aldeia do Povo Suruí.

sábado, 7 de setembro de 2013

Problemas territoriais Bororo e Xavante na região de General Carneiro - MT

Hoje, mais uma vez venho publicar algo que já tinha ocorrido na Reserva Indígena de Meruri, do Povo Bororo, parte do município de Barra do Garças, lado esquerdo do Rio Barreiro e a maior parte pertencente ao município de General Carneiro - MT, acometido por integrantes do Povo Xavante.

Coloco aqui no blog, um e-mail na íntegra, tal qual o jovem Bororo enviou-me, na língua portuguesa, para que todos possam ler e saber o que mais uma vez aconteceu e não recebe nenhuma atenção das autoridades competentes. Não publicarei seu nome por medida de segurança.
Estou abismado com a situação. Foi levado no ano de 2011, um documento assinado da comunidade de Meruri, para Louziânia - GO, na época, estava acontecendo a mobilização frente a PEC 215, na semana dos povos indígenas. Como não foi possível fazer a entregar à Excelentísima Déborah Duprat, procuradora geral da república do DF, deixei aos cuidados do advogado geral do CIMI e no entanto não houve nenhum encaminhamento que se pode perceber e/ou o Povo Bororo não recebeu nenhuma resposta, nem do advogado do CIMI, nem de alguém do Ministério Público Federal de Brasília - DF. E como ainda não foi enviado nenhum número de protocolo do tal documento para o Povo Bororo acompanhar o trâmite do mesmo.

E-mail na íntegra:
"Aconteceu novamente... Igualzinho e no mesmo lugar do anos passado. Imana Felix Care cere boe pegado ruga. Uma turma que esta com o projeto de abrir uma nova aldeia no Lajadinho, hoje de manhã ao ir para lá, deparam com rasto na estrada e ao prosseguir logo mais na frente deparam com um ônibus transportando os xavantes para caçar no Lajadinho. Nós ficamos muito bravos e indignados com o motorista do ônibus, pois é um ônibus que tem uma faixa escrita na frente com a seguinte frase: "Reserva Indígena Meruri" justamente esta frase que se encontra escrito no vidro da frente do ônibus. E que tem o costume de fretar viagem para os bororos à Barra do Garças e que ainda ontem esteve em Barra com a nossa comunidade e inclusive eu também estava junto. Ele... com o nome de Valdeci que é o dono do ônibus, tinha me dito desse frete que estaria fazendo para os xavantes onde estaria levando os mesmos para uma caçada no dia de hoje. Então eu perguntei a ele se não era em nossa reserva e ele me respondeu que não e sim em uma fazenda. Eu disse a ele que se fosse eu nossa reserva nós iríamos prender o ônibus e para surpresa, não deu outra. A Caçada era justamente em nossa reserva no mesmo local do ano passado, Lajadinho. Então o ônibus veio escoltado por alguns bororos inclusive o cacique até a aldeia onde na parte da manhã, tivemos reunidos para tomarmos as decisões a respeito do fato. A decisão nossa de fato foi prender o ônibus e eles se encontra preso na aldeia e por decisão da maioria o braidu também esta preso. É uma estratégia nossa para chamarmos a atenção da imprensa, pois não sabemos mais como proceder com tal situação. Achamos que dessa forma, isto é: jogar na imprensa, achamos que dessa forma chamaremos mais atenção do governo. Faça uma análise primeiramente imana do que eu estou te relatando, depois veja aí o que você pode fazer para estar nos ajudando. Hoje participando da reunião com a comunidade eu percebi de fato que os bororos estão sem saber mais o que fazer, pois quem deveria resolver, eles mesmos disseram que não resolve e de fato eu concordo com eles quando falam dessa  forma. Hoje mesmo estamos refém do ato decidido por nós. Não tem FUNAI, não temos proteção da polícia e meu povo se for de morrer, morreremos desarmados pois não temos armas para nos defender. Mas até para morte hoje decidimos, pois quem sabe sacrificando o que temos de mais precioso e valioso que é a nossa vida, nós daremos paraver se novamente o nosso povo possa viver com paz e sossego que nós merecemos. Até essa decisão de sacrificar a nossa vida tomamos hoje dentro do baito hoje. Dizem que o medo é que da coragem... e hoje provamos do medo e tivemos a coragem de prender o ônibus, o braidu Valdeci e nos preparamos para o nosso sacrifício. Foi repito, uma decisão tomada dentro do baito. Reflita Felix, pois sei que você irá conseguir entender o que estou dizendo, pois quando você se refletir encima disso que estou te dizendo você irá entender o fato ocorrido hoje aqui, pois no nosso recolhimento interior, certas coisas a gente não precisa presenciar os fatos para entender. Eu ainda tenho a esperança de que resolveremos isso sem ter de sacrificar a vida de meu povo, pois luto nessa direção. Só tenho medo de num beco sem saída como esse, termos de encarar o nosso destino que é de todos a morte."