sábado, 24 de agosto de 2019

3 aldeias xavante na Área Indígena Bororo

Aos dias 10 de setembro de 2014, 4ª feira, reuniram nas dependências da FUNAI Regional de Cuiabá, lideranças Bororo da Aldeia Meruri
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Pauta: Área Indígena Merure, conforme o DECRETO N 94.014, DE 11 DE FEVEREIRO DE 1987.
Que: Homologa a demarcação administrativa da Área Indígena Merurelocalizada nos Municípios de General Carneiro e Barra do Garças, Estado de Mato Grosso.
Texto de 10/set/2014.
Publicação: sábado, 24/08/2019.

Há aproximadamente 10 anos arrasta-se uma situação conflituosa entre os Bororo da Aldeia Meruri com alguns Xavantes da Reserva Indígena São Marcos, município de Barra do Garças - MT.
Após o reavivamento dos limites das Reserva Indígena Merure pela SETA, concluiu-se que há aldeias do Povo Xavante no interior da Reserva Indígena Merure que é para usufruto dos Bororo.

As aldeias Xavantes que estão no interior da Terra Indígena Merure são:
01 - Aldeia Jesus de Nazaré - cacique Ismael Abdzu com população de aproximadamente 80 pessoas;
02 - Aldeia Nossa Senhora de Guadalupe - cacique Aniceto Tzudzawere com aproximadamente 312 pessoas; e,
03 - Aldeia Nova Esperança - cacique Tobias Tserenhimi'rãmi com 140 pessoas.

Na reunião os Bororo de Meruri solicitam que o Estado intervenha conforme Decreto de criação da Reserva Indígena Merure, supracitado. Eles não querem nada do povo Xavante, não querem nenhum pedaço da área São Marcos que originariamente pertence também aos Bororo. São terras antigas deste povo. Se for de fazer um estudo sócioantropológico serio, consciente e responsável na área São Marcos, veremos que há muitos e muitos locais com nome bororo. Os locais com nomes bororo vão ainda depois da margem esquerda do Rio das Mortes, MT. Na BR que vai de Barra do Garças - MT a Canarana - MT pode-se ver nomes bororo nas placas de pontes sobre rios.
O que se está em questão não é o passado que houve entre ambos os povos, mas, o Decreto de criação e homologação da Reserva Indígena Merure, primar pela legalidade do Decreto e cumpri-lo.

Os Bororo de Meruri - segundo eles próprios - não irão recuar, mesmo que haja derramamento de Sangue. O seu próprio sangue sobre os seus filhos e sobre suas filhas.

Em uma ocasião, eu Félix Adugoenau, fui na Aldeia Nossa Senhora de Guadalupe para tirar coordenadas de satélite, ponto de GPS do prédio escolar a ser construído. A nova construção estaria fora da Área Indígena Merure, mas a escola que levantaram provisoriamente estava com aproximadamente 30% de sua efetiva construção dentro da Área Indígena Merure. Um indivíduo xavante que não mora mais na Aldeia Nossa Senhora de Guadalupe me explicou que um dos marcos da terra dos bororo estava no quintal dele.

Propus na época à Casa Civil, nesta mesma reunião que se construísse uma estrada com ponte sobre o Rio Barreiro 5 Km abaixo da Área Indígena Merure para que o grupo que saiu de Aldeia São Marcos com o cacique Aniceto Tzudzawere pudesse ter acesso às cidades de General Carneiro e Barra do Garças porque ao se verificar no mapa, todas as aldeias do grupo do Aniceto estão acompanhando a estrada que dá acesso às cidades, embora na parte norte da Área Indígena São Marcos tenha uma área bastante grande que dá para abrigar todas as aldeias do grupo do Aniceto e mais outras aldeias que surgirem.

No segundo semestre do ano de 2016 foi a última vez que eu entrei na Área Indígena São Marcos do Povo Xavante, município de Barra do Garças - MT e fui em todas as aldeias aldeias que recebem atendimento escolar do município deste mesmo e vi que as estradas estão bem cascalhadas, patroladas e largas. Esta viagem foi por motivo da secretaria municipal de educação deste município ter ameaçado fechar todas as escolas municipais sem atendimento conforme orienta a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho - OIT com consulta livre, prévia e informada.

Este trabalho é uma competência do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena - CEEI/MT, com o Filadelfo de Oliveira Neto, presidente do mesmo naquele ano. Mas infelizmente prevaricou em seu trabalho e foi Félix Adugoenau é quem foi até a secretaria municipal para não deixar acontecer como eles queriam.

Abaixo o mapa da área Meruri (Povo Bororo) e São Marcos (Povo Xavante) com as 3 aldeias xavante:

Fig. 1: mapa com as 3 aldeias xavante.


Fig. 2: mapa com zoom.

Moção de Repúdio contra Francisca Navantino Pinto de Angelo

Moção de Repúdio contra Francisca Navantino Pinto de Angelo, conhecida popularmente como Chikinha.
Esta moção de repúdio foi feita por lideranças do Povo Bororo da Aldeia Córrego Grande, Terra Indígena Tereza Cristina, município de Santo Antonio do Leverger - MT.

Fig. 01 - Moção de Repúdio, pág. 1.

Fig. 02 - Moção de Repúdio, pág. 2.

Fig. 03 - Moção de Repúdio, pág. 3.

6ª Conferência Estadual de Direitos Humanos

6ª Conferência Estadual de Direitos Humanos

Félix Adugoenau e o Defensor Público Dr. Roberto Tadeu Vaz Curvo na 6ª Conferência Estadual de Direitos Humanos.
Data: 4 de março de 2016.
Local: Arena Pantanal, Cuiabá - MT.

Pena que minha participação não foi na condição de delegado, apenas na condição de observador.
Uma situação atordoou-me:
- quando vota-se questões relacionadas a LGBT e questões de cunho Etnicorracial, os delegados foram unânimes em levantar seus crachás. É o voto a favor do "sim" da aprovação, imediatamente.
- quando é uma situação de etnoterritorialidade a ser regularizado de um povo indígena, há delegados que votam contra sem pestanejar.

Nesta conferência não tinha sequer um representante indígena (sem contar comigo), ainda que na condição de observador. Fiz minha inscrição na condição de observador, mas no evento, meu nome não constava na relação de observadores.
Estranho.