domingo, 7 de abril de 2013

TRIBUTO AO POVO BORORO

O Povo Bororo e a cidade de Cuiabá: este povo ao longo da colonização recebeu vários nomes, segundo o historiador Bordignon: Bororo, Coroados, Bororo de Campanha, Bororos Aravirás, Bororo ParrudoCoxiponês, Araripoconés, Araés, Bororos Cabaçais, Bororos Orientais, Bororos Ocidentais e tantos outros. Era tanta gente que pensou-se na época que havia apenas Bororo nestas terras. 
As terras onde atualmente se situa a capital do Estado de Mato Grosso eram e ainda são terras legítimas e originárias do Povo Bororo, do Coxiponês que era e é Bororo. São terras legítimas e originárias porque são evocados nos cantos sagrados deste povo o Rio Cuiabá com o nome de "Oroaribo". "Oroaribo" se traduz em "Rio dos Pintados" (peixe pintado). São terras de "Bakororo", chefe dos mortos ao ocidente. "Itubore" é o outro chefe dos mortos ao oriente.
E quando este povo faz cerimônia de nomeação de criança recém-nascida,  um dos cantos apropriado para o momento de empenujamento da criança, diz que a fama do nome da criança batizanda vai além do Rio Cuiabá, chegando ao Rio Paraguai: "... Oroaribo rika guru wara ire ho-o o jorodo doce."
A identidade cuiabana teve e tem forte influência do Povo Bororo. Ao se caminhar nas ruas da cidade de Cuiabá, visualiza-se muitas pessoas com traços indígenas.
Ainda o Povo Bororo chama a cidade de Cuiabá de "Ikuia Pá" que se traduz em "O Lugar de Minha Flecha"
Ikuia = I - Minha + Ikuia - flecha +  = Lugar. Ikuia é um tipo de flecha arpão. Por força de expressão dos Bororo e dos representantes das almas dos finados que iam pescar a tradução fica nesse sentido.
O córrego Prainha chama-se "Ikuie Bó" que se traduz em "Córrego do Ikuie", que refere-se a diamantes. O ouro é "Meriri Ekureu" que se traduz "metal amarelo".
O Morro da Luz ao lado da atual Av. Ten. Cel Duarte (Prainha) chama-se "Ikuie Ri" que se traduz em "Morro do Ikuie", Morro dos Diamantes.
O rio Coxipó chama-se "Kuje Pó" que se traduz em "Rio do Mutum".
O morro de Santo Antônio situado ao lado direito da rodovia, sentido Cuiabá/Santo Antônio de Leverger, é um local "sacrossanto" para o Povo Bororo com o nome de "Toroari" que se traduz em "Morro do Falcão". O nome "Toroari" é evocado nos cantos sagrados nos funerais e em todos os rituais deste povo. Há uma história mítica do ressurgimento do Povo Bororo relacionado com o Morro de Santo Antônio. 
Nestas vastas terras há nome Bororo nos morros, rios grandes, córregos, como o famoso "Aroe Jari" que se traduz em Furna das Almas, entre as cidades Chapada dos Guimarães e Campo Verde.
O som e expressão "tchá" supõe-se que é uma influência da língua Bororo, que atualmente é grafado por convenção em "Cá" ou "Icá" .
"Cá" significa "Eis".
Cotchipó de Coxipó é influência também do Povo Bororo: "Ca, ce, ci, co e cu". Pronuncia-se: tchá, tché, tchi, tchó e tchu. "Ja, je, ji, jo e ju" Pronuncia-se: dja, dje, dji, djo e dju. Ikuia Pá (Cuiabá) teve muitas mulheres Bororo escravizadas, assim como muitas crianças foram trazidas para este mesmo lugar. A lendária Rosa Bororo com o nome na língua deste povo de "Motojebado" teve participação ímpar, segundo Bordignon, na construção da paz com a coroa de Portugal que culminou com a deposição das armas pelos guerreiros Bororo em gesto solene na grande "Ikuia Pá".
Atualmente muitas pessoas desconhece o outro lado da história. A história do oprimido. E colocam várias versões acerca do nome Cuiabá. Mas isso não importa para o Povo Bororo. O mais importante é que está guardada na memória do povo e nos cantos sagrados e o nome "Ikuia Pá" vem acompanhando de outros nomes onde está a atual capital Cuiabá - MT.
Segundo o historiador Bordignon, as terras legítimas, originárias do Povo Bororo eram de 48 milhões de hectares. No mês de abril é comemorado a semana dos Povos Indígenas é o dia 19 de abril, dia consagrado ao "Dia do Índio". Em homenagem e tributo aos Povos Indígenas do Estado de Mato Grosso, do Brasil e do mundo, trago o vídeoclip de Edward Maya presents Violet Light - Love Story (Tribute to México - New song 2012 (1), com remanescentes do Povo Maia e ruínas de suas construções no México.
Nostalgicamente, Confiram:



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