sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Esclarecimento da Coordenadora da 6ª CCR, Déborah Duprat

Socializo esclarecimento da Coordenadora da 6ª CCR, Déborah Duprat, Subprocuradoria-Geral da República em relação a criação do Instituto Nacional de Saúde Indígena - INSI.

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Subprocuradora-Geral da República, em nota, aponta inverdades sobre a criação do Instituto Nacional de Saúde Indígena

Inserido por: Administrador em 28/08/2014.
Fonte da notícia: Deborah Duprat, Subprocuradora-Geral da República, Coordenadora da 6ª CCREm razão das várias mensagens que chegaram à minha caixa de correiro sobre a criação do INSI, algumas me atribuindo conduta, no mínimo, pouco ética, venho esclarecer o que se segue:

1) no dia 1º de agosto desse ano, compareci, na companhia do Procurador do Trabalho Sebastião Caixeta e do Subprocurador-Geral da Republica Humberto Jacques, ao gabinete do Ministro da Saúde, a convite deste, para apresentação de novo modelo de gestão da saúde indígena;

2) a reunião, segundo nos foi informado, tinha por propósito se antecipar ao que seria apresentado em audiência de conciliação, na Justiça do Trabalho, em face do pedido formulado pelo Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Federal, de execução do Termo de Conciliação Judicial, pelo qual o Ministério da Saúde se obrigava a realizar concurso público para 6.889 cargos no âmbito da saúde indígena;

 3) na ocasião, disse que, em caso semelhante, da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, tinha assumido, na condição de vice-procuradora-geral da República, posição contrária à sua criação em ação direta de inconstitucionalidade. Todavia, essa posição poderia ser alterada caso os povos indígenas se manifestassem favoravelmente ao novo modelo. Solicitei, então, que, tal como ocorrera com o concurso, também fosse promovida consulta aos indígenas nos DSEIs;

4) também nessa reunião informei, leal e claramente, que, na véspera, tinha estado reunida com a bancada indígena e indigenista da CNPI, bem como com a presidente da Funai, e que me comprometi a lhes informar sobre a proposta apresentada pelo Ministério da Saúde. Todavia, segundo soube pelo CIMI, quem informou ao Saulo sobre o INSI foi o próprio Antonio Alves;

5) em relação ao concurso, há inúmeras inverdades. Primeiro, ele não alcançaria os Agentes Indígenas de Saúde – AIS e os Agentes Indígenas de Saneamento – AISAN, que permaneceriam em seus cargos, por meio de contrato temporário (cláusula 4ª do Primeiro Aditivo ao TCJ). O parágrafo 3º da cláusula 4ª do Primeiro Aditivo ao Termo de Conciliação Judicial estabelece que “a forma de contratação de que trata esta cláusula será objeto de novas tratativas a fim de identificar-se a solução mais adequada e definitiva para a investidura dos Agentes Indígenas de Saúde – AIS e dos Agentes Indígenas de Saneamento – AISAN”. O Grupo de Trabalho de Saúde Indígena da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF deliberou, em reunião de 5 de agosto de 2013, que se aplicaria aos AIS e AISAN o “art. 198, par. 4º, da Constituição, com a redação da Emenda Constitucional n. 51, de acordo com o qual não há necessidade de concurso, apenas de processo seletivo simplificado, entre pessoas da própria comunidade”.

6) o concurso deveria ter preocupação em assegurar ampla presença indígena nesses cargos, bem como a manutenção das equipes que se encontravam em área há bastante. Por isso, o concurso deveria: ser específico; ser regionalizado por DSEI; ter números de cargos equivalentes aos ocupados pelos atuais convênios; considerar, para fins de títulos, cursos promovidos pela SESAI, FUNASA, pós-graduação na área de saúde indígena, tempo de atuação em saúde indígena, entre outros relacionados à matéria; fazer constar das provas objetivas critérios referentes ao conhecimento da língua, da cultura, entre outros aspectos específicos relacionados à comunidade; estabelecer quotas para indígenas para cada DSEI e para cada categoria profissional, inclusive para os cargos administrativos; para os técnicos de enfermagem e técnicos de saúde bucal as quotas seriam em maior número. Esses princípios, que deveriam orientar a elaboração do edital do concurso, deveriam ser discutidos pelos CONDISIs, e estes encaminhariam suas conclusões para a SESAI até 28 de setembro de 2012. (reunião do dia 12 de setembro de 2012, no auditório JK do MPF, com a presença, entre outros, de Antônio Alves, Secretário de Atenção à Saúde Indígena, Heloísa Marcolino, Coordenadora de Gestão de Pessoas do Ministério da Saúde, Jorge Oliveira Duarte, Coordenador-Geral do Fórum dos Presidentes de CONDISI, Verbena Melo, Chefe de gabinete da SESAI, representantes dos CONDISIs que estavam participando da elaboração do Plano Distrital de Saúde Indígena e várias lideranças indígenas);

7) em reunião ocorrida em 28 de novembro de 2012, também na 6ª CCR, a SESAI informou que a “Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde entendeu que não é possível a realização do concurso com a previsão de cotas para indígenas”.

São esses os fatos, todos documentados.

Deborah Duprat

Subprocuradora-Geral da República

Coordenadora da 6ª CCR

Nota de repúdio da ARPINSUL a criação do INSI e apoio ao posicionamento da APIB

Socializo.
Nota de repúdio dos Povos Indígenas da Região Sul - ARPINSUL em relação ao Instituto Nacional de Saúde Indígena - INSI.
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  • logo
    NOTA DE REPÚDIO DA ARPINSUL A CRIAÇÃO DO INSI E APOIO AO POSICIONAMENTO DA APIB 
    A Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul vem por meio desta tornar público nosso posicionamento critico e repudio a mais uma violação dos direitos indígenas em relação à criação do denominado “Instituto Nacional de Saúde Indígena – INSI”, com intuito estratégico de privatizar, atender os interesses de poucos indivíduos envolvidos, sobretudo enfraquecer as organizações indígenas, desarticular movimento de base e desrespeito às populações usuárias do sistema de saúde que não foram consultadas e informadas previamente.

    Isso é mais uma atitude que muito nos decepciona por parte de nossos representantes na tentativa de nos convencer que esta ação será boa e ideal para os Povos Indígenas, sem consulta e consentimento da base, sendo que alguns de nossos próprios parentes envolvidos neste processo, conscientes desses direitos, não tem observado e defendido as vontades e interesses coletivos, isto é, defendido apenas os interesses do governo e particulares de alguns indígenas. 
    Entendemos que a decisão restrita de criação deste Instituto é uma afronta as nossas lideranças de base e do movimento indígena nacional, por isso, apoiamos o posicionamento da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil a esta questão e declaramos também totalmente contrários a esta pressão estratégica e pedimos a paralização imediata deste processo até que sejamos todos informados e esclarecidos para decidirmos de forma conjunta sobre este assunto.


    ARPINSUL, 28 de agosto de 2014

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

STF suspende lei de MT que valida diplomas de mestrado e doutorado do Mercusul

Socializo.
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21/03/2014 15h03 - Atualizado em 21/03/2014 15h08

STF suspende lei de Mato Grosso que valida diplomas do Mercosul

Governador Silval Barbosa ingressou com ADI para suspender efeitos da lei.
Lei beneficiava servidores com aumento salarial de 18,95%.

Do G1 MT

O governador Silval Barbosa (PMDB) conseguiu suspender os efeitos de uma lei aprovada em dezembro do ano passado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) para a validação de diplomas de pós-graduação (mestrado e doutorado) emitidos por instituições de países do Mercosul para a progressão de carreira dos servidores públicos estaduais. Ele ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e a medida cautelar foi concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (20).
Após ser aprovado pela Assembleia, o projeto foi vetado por Silval, porém, ao retornar para o Legislativo, foi promulgado pelos deputados, passando assim a vigorar a lei. Na ação, o governador argumentou que a lei afronta a competência dele, enquanto chefe do Executivo estadual, para dispor sobre leis que alterem ou modifiquem o regime jurídico de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta ou autárquica, além de implicar no imediato aumento da remuneração dos servidores que apresentarem os diplomas.
"Quanto ao pedido liminar, o autor alega perigo de dano ao erário, de díficil reparação, pois o estado do Mato Grosso poderá promover a progressão funcional de vários servidores, acarretando aumento remuneratório sem prévia dotação orçamentária", diz trecho da ação.
A alegação do governador quanto ao impacto que o aumento do salário dos servidores com diplomas de países vizinhos traria à folha de pagamento foi aceita pelo ministro Dias Tóffoli, relator do processo. "O preceito impugnado possibilita o aumento da remuneração dos agentes públicos contemplados pela norma, revelando, novamente, violação à iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo Estadual", pontuou o magistrado.
Na ação, consta ainda que, dois meses após a lei entrar em vigor, somente na Secretaria Estadual de Educação (Seduc) já haviam sido instaurados 51 processos solicitando progressão funcional com base em títulos obtidos fora do Brasil. Cada servidor que conseguisse a progressão de carreira por conta do diploma seria beneficiado com um aumento salarial de 18,95%.

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domingo, 17 de agosto de 2014

Importante - Utilidade Pública - Atualização cadastral anual obrigatória

Atenção.

Para regularizar o recadastramento clique AQUI

Parentes indígenas e demais servidores do Estado de Mato Grosso.

Considerando o Decreto n° 1.810/2013 que 
"Institui a Atualização Cadastral Anual Obrigatória de Dados dos Servidores Públicos Ativos da Administração Direta, Autárquica e Fundacional do Poder Executivo do Estado de Mato Grosso".
Atenção para a Atualização Cadastral que é anual e obrigatória aos servidores efetivos e Exclusivamente Comissionados.
O encerramento da Atualização Cadastral é em 30 de setembro de 2014, terça feira.
Evite transtornos com a suspensão do pagamento, prevista para o mês de outubro de 2014.

Segundo o sítio https://seaponline.sad.mt.gov.br/Recadastramento/ você, antes de começar o processo de recadastramento, deve ter em mãos:
1) Seus documentos pessoais;
2) O número do CPF dos PAIS;
3) Os dados do CÔNJUGE se houver;
4) Seus certificados dos cursos de FORMAÇÃO ESCOLAR E/OU ACADÊMICA;
5) Seus certificados de cursos de CAPACITAÇÃO;
6) Os dados de seus DEPENDENTES.

Atenção. Para regularizar o recadastramento clique AQUI

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Bolsas de estudos para a Europa - inscrições 30/jun - 31/out/2014

Socializo.
Bolsas de estudos para a Europa pelo "Building Academic Bonds betweem Europe and Latin América" - BABEL. Confira.
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Confira a 3ª convocatória de bolsas para a Europa pelo projeto Babel

Inscrições vão de 30 de junho a 31 de outubro
Confira a 3ª convocatória de bolsas para a Europa pelo projeto Babel
O projeto Babel (Building Academic Bonds betweem Europe and Latin america) é um programa de cooperação internacional e mobilidade na área da educação superior financiado pela Comissão Europeia e implementado pela Agência Executiva para a Educação, Audiovisual e a Cultura (EACEA). Oferece bolsas a estudantes, investigadores e pessoal acadêmico e administrativo da América Latina que desejem realizar um período de mobilidade, ou formação integral, em algumas das melhores universidades da Europa. As bolsas, disponíveis para estudantes de graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado e pessoal acadêmico e administrativo, incluem um pagamento mensal, viagem de ida e volta, seguro e taxas de matrícula.
As inscrições estão disponíveis até 31 de outubro. Mais informações pelo site babel.up.pt/.

 De downloads

Confira os mais recentes documentos do Projeto BABEL:












sexta-feira, 8 de agosto de 2014

UGFD inaugura Faculdade Intercultural Indígena

Em Mato Grosso do Sul, a Faculdade da Grande Dourados - UFGD inaugura oficialmente o prédio da Faculdade Intercultural Indígena - FAIND.
E nós com a nossa Diretoria de Educação Superior Indígena em Barra do Bugres - MT?...
Antes mesmo da Conferência Amerindia (1997), as lideranças indígenas do Estado de Mato Grosso já sabiam o que queriam: uma universidade indígena.
Se fizermos a contagem desde 97, computaremos 17 anos. 17 anos que os indígenas do Estado de Mato Grosso anseiam e esperam por uma universidade indígena que continua longe de acontecer. E até o momento não conseguimos sequer ter uma esperança a mais do que já foi proporcionado pelas conquistas que conseguimos. Parece que houve um retrocesso em tudo, desde a organização das lutas indígenas que repercute até as instâncias públicas, federal e estadual.
Socializo a inauguração.
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UFGD vai inaugurar Faculdade Intercultural Indígena
Quinta, 07 de Agosto de 2014 - 16:46
Fonte: da Redação
Foto: Divulgação
A UFGD, na próxima segunda (11), vai inaugurar oficialmente o prédio da Faculdade Intercultural Indígena (FAIND), a 11ª Unidade Acadêmica a ser implantada no campus.
Além da inauguração do espaço, a administração central fará o lançamento da segunda etapa de construção do prédio, dando continuidade às obras e aos projetos de consolidação da UFGD.
Antes da solenidade oficial, agendada para 8h, haverá o 'batismo' do espaço pelas Etnias Guarani e Kaiowá, momento tradicional da cultura indígena.
"Temos também esse compromisso com as políticas educacionais direcionadas para a cidadania, para a justiça social, com foco nas minorias sociais e étnicas, promovendo a inclusão de pessoas na educação superior", enfatizou o reitor Damião Duque de Farias.
Implantada em maio de 2012, a FAIND foi criada para apoiar os estudos e as populações indígenas. A faculdade já oferece os cursos de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu e a Licenciatura em Educação do Campo. Também já existem duas pós-graduações, Lato Sensu em Educação Intercultural Indígena e Lato Sensu em Gestão Pedagógica para a Educação Escolar Indígena. A Faculdade também realiza pesquisas e ações de extensão junto às comunidades e povos indígenas e do campo, auxiliando a execução de políticas públicas e respeitando seu modo específico de ser, com o objetivo de construir sua autonomia sociocultural e o seu empoderamento político e econômico.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Sugestão na Formação para a SUFP/SEDUC-MT - Superintendência de Formação de Pessoas


SUGESTÃO FORMAÇÃO – COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA – CEI/SEDUC-MT

Tracei algumas sugestões à SUFP/SEDUC-MT que podem acontecer antes das discussão da elaboração dos Projetos Políticos Pedagógicos - PPPs para as escolas indígenas pelos CEFAPROS.

Segundo a normativa interna da SEDUC-MT, CEFAPRO é o Centro de Formação e Atualização de Professores. É o órgão responsável pela política de formação, sistematização e execução de projetos e programas da SEDUC e pelo desenvolvimento de parcerias com o MEC - Ministério de Educação, SMEs - Secretarias Municipais de Educação e IES - Instituições de Ensino Superior.

01 – Nas aldeias, ter um momento de discussão previa com um (a) antropólogo (a) com experiência nas lutas do segmento indígena através de uma plenária composta por: todos os agentes (diretor, secretário, professores(as), apoios - merendeira, limpeza, vigia e outros) que trabalham na escola, lideranças e neolideranças políticas (caciques e vicecaciques escolhidos pelas comunidades) e pessoas da comunidade (mulheres e homens) e educandos escolares indígenas.
01.1 – Momento de fala do antropólogo sobre questões históricas, culturais e cosmológicas indígenas gerais e relacionadas à educação escolar na contemporaneidade para os povos indígenas;
02  - Momento de fala de técnico da Coordenadoria de Educação Escolar Indígena - CEI sobre as leis específicas a nível federal e estadual para a Educação Escolar Indígena com a presença do (a) antropólogo (a) palestrante.
03 – Momento de análise da conjuntura política, econômica, cultural e segurança jurídica do povo e posteriormente da comunidade com a presença do (a) antropólogo (a).
04 – Momento apenas do Povo: Reflexão de “como dever ser a escola” após passar pelos passos de 01 a 03, supracitados, (somente os indígenas do povo e/ou comunidade participante, se necessário, o povo poderá chamar alguém que não seja do povo para ajudar a conduzir as discussões).
05 – Redação da proposta refletida e pensada com a presença do (a) antropólogo (a) e do (a) técnico (a) que palestrou sobre as leis específicas a nível federal e estadual.
06 – Garantir a presença e participação da Coordenadoria de Educação Escolar Indígena – CEI/SEDUC-MT.
06.1 – A atuação da Coordenadoria de Educação Escolar Indígena - CEI na SEDUC-MT junto à Educação Escolar Indígena – com técnicos da Coordenadoria.
06.2 – A política do segmento indígena defendida pela Coordenadoria de Educação Escolar Indígena para a Educação Escolar Indígena.
07 – Garantir a presença e participação do Conselho de Educação Escolar Indígena – CEEI/MT.

07.1 – A atuação do Conselho de Educação Escolar Indígena – CEEI/MT junto à Educação Escolar Indígena – técnicos do Conselho – nas esferas estadual e municipal.

Poder-nos-emos pensar em uma formação nesse sentido? ...

Após seguir todos estes passos importantes e imprescindíveis na construção de uma política de educação é que penso que passaria para a elaboração dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas indígenas do Estado de Mato Grosso - MT.
Sem antes, não. Presumo que as comunidades ficariam engessadas nos "marcos" (orientativo na construção do PPP). Tive uma experiência de discussão em uma aldeia indígena e constatei pessoalmente que a comunidade ficou engessada nos marcos, querendo constantemente atender os marcos e não a sua situação real de vivência e conjuntura política, econômica, cultural e segurança jurídica.
As escolas indígenas podem e devem discutir todas as situações/problemáticas possíveis enquanto instituição formadora e considerando as suas diferenciações e especificidades calcada na legislação federal e estadual também estas específicas que orientam a oferta e o atendimento da educação escolar para os Povos Indígenas.

domingo, 3 de agosto de 2014

"Iwodu Paru Tawujedu" ritual funerário Bororo

Socializo "Iwodu Paru Tawujedu" um ritual funerário Bororo.
Como eu já disse no primeiro post relacionado ao funeral bororo em curso, há uma série de rituais que "tiradas" conforme a palavra "tawujedu", são celebradas durante todo o curso da refiguração da pessoa bororo.
No final deste texto, pequeno vocabulário Bororo/português para melhor compreensão.

Fig.: 01. Mulheres da metade exogâmica "Cerae" e/ou "Ecerae". Da esquerda para a direita: Elizabeth Arogiareudo e Laurinda Cibae Etaro.

Fig.: 02. Uma noite durante o funeral bororo.

Fig.: 03. Jovens Bororos preparam o material (brôto de buriti e folhas especiais) para a dança sagrada.

Fig.: 04. Mulheres do clã "Bokodori Ecearae" são conduzidas ao "Bai Managejewu". Da esquerda para a direita: Laurinda Cibae Etaro e Elizabeth Arogiareudo.

Fig.: 06. Mulheres do clã "Bokodori Ecerae" são preparadas para o ritual por homens da metade exogâmica "Tugarege."

Fig.: 07. O "Uiadu" é preparado para o ritual.

Fig.: 08. O "Uiadu" é preparado no centro do "Bai Managejewu".

Fig.: 09. Mulheres do clã "Bokodori Ecerae" são preparadas.

Fig.: 10. Mulheres do clã "Bokodori Ecerae" dançam a dança sagrada no interior do "Bai Managejewu" antes da dança sagrada ao entorno do túmulo provisório no "Bororo."

Fig.: 11. Mulheres do clã "Bokodori Ecerae" dançam no interior do "Bai Managejewu."

Fig.: 12. Jovens Bororos preparam o material para a dança no "Bororo", saindo do "Aije Muga."

Fig.: 13. Um momento de cantos sagrados no interior do "Bai Managejewu."

Fig.: 14. Mulheres do clã "Bokodori Ecerae" no banho ritual na cabeceira do túmulo provisório no "Bororo."

Fig.: 15. Mulheres do clã "Bokodori Ecerae" no banho ritual.

Fig.: 16. "Uiadu" saindo para o "Bororo" acompanhando de outros Bororos. 

Na frente, jovem empunhando "Baporogu" seguido por indivíduo envergando "Ká." Logo, segue "uiadu" seguido de outros indivíduos.

Fig.: 17. "Uiadumage" na dança sagrada do Iwodu.

Fig.: 18. Idem.

Fig.: 19. As duas mulheres do clã "Bokodori Ecerae" entram na dança sagrada quando os homens adentram o "Bororo".

Fig.: 20. Idem.

Fig.: 21. Idem.

Fig.: 22. Idem.

Pequeno vocabulário Bororo/português:
Aije Muga = Lugar do espírito Aije.
Bai Managejewu = Casa onde se alimenta fraternalmente.
Baporogu = pequeno maracá (instrumento musical).
Bokodori Ecerae = Clã do Tatu Canastra.
Bororo = "local onde se faz os rituais".
Cerae e/ou Ecerae = Os Fracos.
Iwodu Paru Tawujedu = Ritual de Iwodu Início.
= tambor.
Tugarege = Os fortes.
Uiadu = representante social.
Uiadumage = representantes sociais (de falecido 'a').

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

"Toro Ekureu" e/ou "Toro kigadureu" ritual funerário Bororo

É momento de luto pela morte de um ancião bororo na Aldeia Garças José Carlos Meriri Ekureu (Metal Amarelo - ouro), mais conhecido por "Kogure" (Formiga carregadeira).
Seu falecimento veio a ocorrer aos 20 de junho de 2014, 6ª feira por motivo de doença.

Socializo o ritual Bororo denominado "Toro Ekureu" (Tanga Amarela) e/ou "Toro Kigadureu" (Tanga Branca). 
É um dos rituais que acontece no ciclo funerário Bororo e que está acontecendo na Aldeia Garças que fica na Reserva Indígena Meruri, município de General Carneiro - MT. Conheci outrora esta aldeia com o nome de "Jakoreuge Eiao Bororo" (Aldeia do Lugar dos Bôtos). Isso devido ter no Rio Garças, grande quantidade deste mamífero, parente do golfinho. Esta aldeia Bororo fica perto do Rio Garças que deságua no Rio Araguaia na cidade Barra do Garças - MT. Na última visita que fiz no ano de 2013 ao "Boe Eimejera" desta mesma aldeia, ele disse-me que a aldeia chamava-se "Bacebo Bororo" (Aldeia do Rio Garças). As fotografias foram tiradas por Aílton e enviadas ao meu Gmail pelo professor da Aldeia Meruri, Orestes Santino Rondon Uwororeu.
No "Bororo" está enterrado em seu enterro primário o saudoso ancião "Boe Eimejera" (Chefe Bororo) o qual não posso ficar mencionando o seu nome por já não pertencer a este mundo. "Bororo" é o local situado a oeste do "Bai Managejeu" (Lugar onde se faz as refeições fraternalmente), local de "reencontro de vivos e mortos Bororos", onde acontecem os rituais sagrados deste povo. É o local onde os representantes dos mortos, "Uiadumage" (Representantes do Mortos) saem para celebrar junto com os Bororos vivos, toda a passagem do falecido deste mundo para outro no intuito de elevar o seu "eu" espiritual das coisas terrenas para o alto. Os "Uiadumage" são pessoas vivas de uma metade exogâmica que não a do falecido. A representação é um ofício do homem Bororo. São duas as metades exogâmicas: "Cerae" e/ou "Ecerae" ao norte e "Tugarege" ao sul da aldeia. "Cerae" e/ou "Ecerae" traz o significado de Os Fracos, e, Tugarege, Os Fortes. E mesmo depois de longa data de enfrentamento aos colonizadores europeus e a colonização ser muito forte sobre o Povo Bororo, ainda há a fervente preocupação das metades exogâmicas de forma recíproca explícita nos funerais contemporâneos.
Quanta saudade sinto deste ancião.
Quanta coisa aprendi com ele.
Ainda as suas palavras ecoam em ego, bem ditas: "Temos que usar a escola para levar ensinamentos bororo aos jovens, aqui. Esta é uma aldeia tradicional original com as casas dos clãs...",  referindo-se à Aldeia Garças.
Sinto-me em falta com o mestre. Não cheguei em tempo para vê-lo com vida.
Quanta saudade tenho da Aldeia Garças (mais popularmente conhecido por este nome). Recordo de um tempo em que esta aldeia tinha uma população numerosa e muitos chefes clânicos e muitas "Aroe Etuje" (Mães de Almas).
Fig.: 01. Aldeia Garças pelo Google Maps, editado por Félix Adugoenau.


Fig.: 02. A dança do "Toro Ekureu" e/ou "Toro Kigadureu" em circulo em volta do túmulo, juntamente com os "Uiadumage". As mulheres dançam em posições intercaladas com a posição dos homens.

Fig.: 03. A dança do "Toro Ekureu" e/ou "Toro Kigadureu" em circulo em volta do túmulo.

Fig.: 04. Idem.

Fig.: 05. Idem.

Fig.: 06. Idem.

Fig.: 07. A metade exogâmica "Cerae" e/ou "Ecerae" presta homenagem ao lado do túmulo provisório, em seu território, ao norte.

Fig.: 08. A metade exogâmica "Tugarege" presta homenagem por sua vez, ao lado do túmulo provisório, também em seu território, ao sul.

Fig.: 09. Dança na forma de círculo em volta do túmulo provisório.

Fig.: 10. Idem. No fundo, o "Bai Managejewu".

Fig.: 11. O local da dança ritual no lugar denominado "Bororo", no meio jaz o corpo do mestre, regado todos os dias.