Porto Municipal de Brasnorte no Rio Juruena
Chefe Enawenê Nawê, Kolareenê e Profª Regina (Educ. do Campo)
Da esquerda p/ direita: Sr. Nery, motorista FUNAI, Kolareenê, Elani e Cleide.
O Coordenador Bororo CEI/SEDUC FÉLIX ADUGOENAU
Porto Municipal de Brasnorte. O trabalho de aterramento foi feito pelo Sr. Nery por iniciativa própria, segundo ele com gastos de seu próprio bolso, caminhões basculates e o trator eram da prefeitura. O corredor dentro das terras do assentamento com abertura de estrada e construção das cercas ao lado da estrada foi feita por ele também e com recursos próprios, os caminhões basculates utilizados foram dos seus irmãos. PARABÉNS Sr. NERY.
Chefe Kolareenê pilotando o barco de 115 hp ao lado do Sr. Nery.
Revoada de garças brancas no Rio Juruena
Fizemos uma reunião, presidida pelas professoras Elani e Cleide e com a presença da professora Regina com os educandos escolares no dia 10 de setembro de 2012. Muitos estavam frustados por a professora Célia não ter ido. A professora se pronunciou, anunciando sua desistência depois de termos feito toda a logística da entrada na aldeia. Com isso o Coordenador ficou muitíssimo triste e chateado. Foram convidados os chefes tradicionais como sempre Félix Adugoenau tem todo o apreço e o cuidado de chamá-los para as reuniões. Apenas dois representantes estiveram presentes. Um deles no meio da reunião chamou o nome e disse forte, gritando em pé na entrada da sala de aula: "Félix!... Vocês não trazem professoras sempre. Professora vem e depois não volta. Não vai trabalhar com Enawenê Nawê. Não está certo... Não está certo!!! Queremos professora aqui para dá aula e não para vir uma vez e não volta mais. Desse jeito não vai dar certo. Nós queremos escola de verdade..." A sua voz tremia e oscilava, ora mais alto, ora um pouco mais baixo. Este que falou estava em companhia do chefe de mais prestígio, Kolareenê. Kolareenê foi conosco de Brasnorte até a Aldeia Halataikwá, município de Juína. Kolareenê ficou em silêncio, apenas passou um rápido olhar em meu olhos. No momento em que o chefe que falou alto estava falando, Félix Adugoenau ficou ouvindo calado e sereno olhando o piso da sala de aula. O chefe tinha toda a razão do mundo para ficar chateado. Kolareenê sabia que o coordenador não estava enganando-os. O Coordenador esperou o chefe terminar a sua fala para expor o que aconteceu, mas, ele logo saiu em companhia do chefe de maior pretígio. Félix Adugoenau está em paz consigo mesmo, fez de tudo, esgotou todas as possibilidades para ter uma outra professora que dê continuidade nos trabalhos e lecionar. E, nesta etapa, para dar certo, até aceitou que uma professora da Educação do Campo fosse fechar esta etapa, assumindo para sí todos os riscos de não dar certo. Infelizmente, na avaliação do Coordenador, esta etapa foi a mais difícil no que tange a professora para lecionar. Foi difícil explicar para eles que a professora não iria. Outra pessoa que reclamaram muitíssimo a presença foi a do senhor José Aguiar Portela, o popular "Zito", perguntando quando é que este tecnico pedagógico iria novamente para a Aldeia Halataikwá e o porque que o mesmo não foi nesta etapa, se não gostou deles.
Félix Adugoenau ficou muitíssimo desanimado e triste por prever uma situação como essa acontecer e não poder fazer quase que nada. A situação fugiu de controle.
Da esquerda p/ direita: Sr. Nery (piloto do barco e motorista), Profª pres. CDCE Elani e o Coordenador Félix Adugoenau no porto da Aldeia Halataikwá no dia da saída da aldeia.
O retorno porto Aldeia Halataikwá/Porto Municipal de Brasnorte foi tranquilo.
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